sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Virei mãe, e agora?


A espera de um bebê é envolta por muita expectativa, por sonhos e por ansiedade. Mas a chegada dele é impactante. Isso porque a expectativa dificilmente vai ao encontro da realidade. Choro, noites e noites mal dormidas, seios machucados, roupa por lavar, casa bagunçada, entre tantas coisas que podemos citar.

Mas não se sinta um monstro. É comum isso acontecer. É comum se arrepender por ter tido seu filho e depois se arrepender mais ainda por ter se arrependido. Também pensamos que a culpa é do marido, que escolhemos a pessoa errada e que nossa família não vai vingar. A maternidade é marcada por uma culpa eterna, precisamos aprender a lidar com ela, mas nesse começo ela cai de balde em nossas cabeças, propiciando um surto emocional.

Para quem está vivendo esse turbilhão, cada dia parece durar uma semana. O sentimento da falta de compreensão alheia é enorme. Quando nos enchemos de coragem para expressar um pouco dos nossos sentimentos, vem aquela resposta que nos fere mais ainda: “isso é normal, vai passar”, por sua vez carregada de mil e uma dicas.

Já ouviram a expressão “padecer no paraíso”? Para mim essa foi a grande frase de efeito. Passar, não passa. Muda. Surge um amadurecimento emocional que não tem preço, uma evolução pessoal revolucionária. Encha-se de forças e veja, acima de tudo, o amor que existe. Deixe seus extintos tomarem conta. O que é o certo a fazer só a mãe sabe. Se errar, sem problemas. Tente quantas vezes precisar. Bebê não tem manual e cada bebê é um serzinho diferente. Crie seu vínculo, do seu jeito, com seu bebê. Se alguma dica que receber bater como verdadeira, legal! Se bater como uma grande bobagem, ignore.

Quis escrever esse texto especialmente para as mamães, porque gostaria de ter lido algo semelhante durante essa época da minha vida. Falta muita honestidade e compaixão com as mães. Nunca deixe de falar para suas amigas a parte difícil da maternidade. Tais dores não expressam falta de amor por sua criança. Não se pode mais confundir esses sentimentos. O amor que sentimos é indescritível, mas essas dificuldades iniciais são descritíveis. Essa é uma grande oportunidade de evolução pessoal que possuímos. Depois que amadurecer, veja diferente uma mãe com um recém-nascido. Lembre-se do quanto lhe doeram comentários indevidos e não os replique. Lembre-se também de não julgar o que os outros fazem, você também comete e cometeu erros.

No estúdio lido muito com mamães de primeira viagem, e é surpreendente a sensação de alívio das famílias quando falo sobre esse tema. Fui ouvir sobre o quanto esses sentimentos são comuns quando minha filha tinha quatro meses. Sabe o que isso significa? Significa que durante quatro meses me senti incapaz de ser mãe, por conta dessa confusão emocional. Não faça isso com suas amigas. Espere o bebê nascer e FALE! Fale sem medo de ser julgada. Não faça como eu fiz, confundir o amor que sentia com o aprendizado de virar mãe. O amor é o amor simples e puramente. A confusão de sua vida é à parte dele.

Pessoal, digam o que acharam desta ideia de escrever sobre temas materno-infantis. Penso em uma troca de aprendizados interativa, com textos quinzenais. Também estou aberta a sugestões de temas.

Espero que esta leitura traga acréscimos à sua vida!



Um grande beijo,

Carla

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