quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Amamentação

Amamentar é o sonho de todas as mamães. E também um pesadelo no início para muitas.  Para mim não foi nada fácil, tive fissuras bem grandes e sangramento. Tive de ficar três dias sem amamentar para dar uma cicatrizada e recomeçar. Lembro que tinha câimbras nas pernas durante as mamadas de tanto que me contorcia de dor. Existem casos mais sérios em que a mãe precisa parar de amamentar por conta de fissuras, que devem ser avaliadas pelo obstetra ou pediatra de seu filho. As "conchas" auxiliam muito na recuperação dos mamilos.  Uma dica muito legal que aprendi com as mães do estúdio é colocar algodão dentro das conchas, assim não transbordam cada vez que nos abaixamos. 
Algumas mães não produzem leite, mesmo insistindo muito. Vou citar-me novamente. Quando nasci, minha mãe não conseguiu me amamentar. Tomei leite de vaca desde os primeiros dias, nunca tive nenhum problema com isso. E este fato não influenciou em nada minha evolução como pessoa. Sinto pena desta ditadura da amamentação, que traz um sentimento de culpa sem necessidade às mães. Se não dá, bola pra frente! Seu bebê continuará lindo e saudável, com o mesmo amor e apego mãe-filho.
Pouco leite?  Muito leite? Deixe seu extinto responder. Caso sinta que seu bebê não esteja satisfeito após as mamadas, cogite um suplemento. Troque ideia com o pediatra. Complemento não é o fim do mundo. Leite demais? Mamas túrgidas? Esgote no chuveiro, têm vídeos muito bacanas no youtube sobre isso. Procure não entrar em paranoias, isso só complica tudo.
Sabemos que um recém-nascido traz consigo uma vida nova à família, muitas mudanças, muito amor e muitas dificuldades. Esfrie a cabeça, tudo vai dar certo. O jeito que conseguir, será o seu jeito. E o jeito de mãe sempre está certo.
Confie em si!

Beijos,

Carla

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Amarelão (Icterícia Neonatal)

Joaquim, 10 dias - Fotocriar

Olá Pessoal! Hoje vamos falar um pouquinho sobre o famoso e comum “amarelão” dos bebês. Como lido bastante com recém-nascidos no estúdio, é frequente mamães aflitas com esta disfunção do bebê. Vou usar um pouco da experiência hospitalar que tenho para esclarecer dúvidas básicas deste tema, tentando fugir de palavras técnicas. O amarelão chama-se Icterícia Neonatal, e é mais comum do que se pensa, principalmente para bebês nascidos antes da 38ª semana de gestação. É provocado pelo excesso de bilirrubina no sangue, um pigmento amarelado que provém dos glóbulos vermelhos. A limpeza da bilirrubina é feita pelo fígado, ainda imaturo para processar devidamente esta substância. O corpinho do bebê precisa aprender a fazer isto, já que esta função era antes feita pela placenta da mamãe.

Costuma ser visível a tonalidade amarela na pele e olhos do bebê 24 horas após o nascimento, durando em média 10 dias. O pediatra do seu bebê deve estar ciente, e dará as dicas necessárias para auxiliar nesta disfunção. A principal delas é deixar o bebê tomar o sol até às 10h da manhã e após às 16h, com o máximo de pele exposta que for possível. Claro, atente-se ao frio e calor a que ele esteja exposto.

O amarelão deve melhorar até o 10º dia, caso não apresente sinais de melhora, procure o pediatra. A Icterícia pode causar danos cerebrais e outras complicações se durar muito tempo. Mas não se apavore caso persista, o tratamento é bem  simples: banho de luz, ou fototerapia. É feito no hospital, com o bebê peladinho em berço aquecido e olhos vendados.
Lembre-se: Icterícia não é uma doença, é apenas uma disfunção temporária.  Não quero com este texto substituir uma consulta médica. O intuito é apenas esclarecer dúvidas básicas para as mamães não ficarem tão assustadas.

Beijos,

Carla


sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Virei mãe, e agora?


A espera de um bebê é envolta por muita expectativa, por sonhos e por ansiedade. Mas a chegada dele é impactante. Isso porque a expectativa dificilmente vai ao encontro da realidade. Choro, noites e noites mal dormidas, seios machucados, roupa por lavar, casa bagunçada, entre tantas coisas que podemos citar.

Mas não se sinta um monstro. É comum isso acontecer. É comum se arrepender por ter tido seu filho e depois se arrepender mais ainda por ter se arrependido. Também pensamos que a culpa é do marido, que escolhemos a pessoa errada e que nossa família não vai vingar. A maternidade é marcada por uma culpa eterna, precisamos aprender a lidar com ela, mas nesse começo ela cai de balde em nossas cabeças, propiciando um surto emocional.

Para quem está vivendo esse turbilhão, cada dia parece durar uma semana. O sentimento da falta de compreensão alheia é enorme. Quando nos enchemos de coragem para expressar um pouco dos nossos sentimentos, vem aquela resposta que nos fere mais ainda: “isso é normal, vai passar”, por sua vez carregada de mil e uma dicas.

Já ouviram a expressão “padecer no paraíso”? Para mim essa foi a grande frase de efeito. Passar, não passa. Muda. Surge um amadurecimento emocional que não tem preço, uma evolução pessoal revolucionária. Encha-se de forças e veja, acima de tudo, o amor que existe. Deixe seus extintos tomarem conta. O que é o certo a fazer só a mãe sabe. Se errar, sem problemas. Tente quantas vezes precisar. Bebê não tem manual e cada bebê é um serzinho diferente. Crie seu vínculo, do seu jeito, com seu bebê. Se alguma dica que receber bater como verdadeira, legal! Se bater como uma grande bobagem, ignore.

Quis escrever esse texto especialmente para as mamães, porque gostaria de ter lido algo semelhante durante essa época da minha vida. Falta muita honestidade e compaixão com as mães. Nunca deixe de falar para suas amigas a parte difícil da maternidade. Tais dores não expressam falta de amor por sua criança. Não se pode mais confundir esses sentimentos. O amor que sentimos é indescritível, mas essas dificuldades iniciais são descritíveis. Essa é uma grande oportunidade de evolução pessoal que possuímos. Depois que amadurecer, veja diferente uma mãe com um recém-nascido. Lembre-se do quanto lhe doeram comentários indevidos e não os replique. Lembre-se também de não julgar o que os outros fazem, você também comete e cometeu erros.

No estúdio lido muito com mamães de primeira viagem, e é surpreendente a sensação de alívio das famílias quando falo sobre esse tema. Fui ouvir sobre o quanto esses sentimentos são comuns quando minha filha tinha quatro meses. Sabe o que isso significa? Significa que durante quatro meses me senti incapaz de ser mãe, por conta dessa confusão emocional. Não faça isso com suas amigas. Espere o bebê nascer e FALE! Fale sem medo de ser julgada. Não faça como eu fiz, confundir o amor que sentia com o aprendizado de virar mãe. O amor é o amor simples e puramente. A confusão de sua vida é à parte dele.

Pessoal, digam o que acharam desta ideia de escrever sobre temas materno-infantis. Penso em uma troca de aprendizados interativa, com textos quinzenais. Também estou aberta a sugestões de temas.

Espero que esta leitura traga acréscimos à sua vida!



Um grande beijo,

Carla